domingo, 17 de outubro de 2010

SÃO JOÃO DA CRUZ - A NOITE ESCURA DA ALMA

JOÃO DA CRUZ


Sabe aquelas coisas boas da vida em que a gente tropeça?
"Sincronicidade", diria meu amigo Max; são os Mestres que colocam essas coisas na nossa frente,
diria outro; pois bem, estava eu conversando com minha não menos amiga Carla, e ela me falou de um livrinho, chamado "Não temas a noite escura da alma", baseada na espiritualidade de São João da Cruz,
de autoria de João Kirvan, editado pela Versus.
Ela me convidou a passar trinta dias com São João da Cruz, meditando sobre trinta textos curtos,
"meditações" propostas e baseadas no livro "Subida ao Monte Carmelo".
Aceitei, de bom grado, o convite e assumi de mãos dadas com ele essa jornada, deleitando-me com os
ensinamentos desse grande teólogo-místico.
Extraí dos textos alguma frases que gostaria de compartilhar com todos voces:



A medida que anoite se aproxima,
faz-me de novo lembrar
que a alma que caminha no amor,
não descansa nem se cansa.



O indício mais verdadeiro
de que o espírito nos esta consumindo,
é o fato de termos chegado a apreciar
a solidão no silêncio.


Até que aprendamos
a esquecer e abrir mão
das exigências de nossas paixões
e aprendamos a disciplinar nossa memória
e nossa imaginação,
nosso coração esta destinado
a ficar sempre em tumulto;
nossa alma, nunca em paz.


Vivemos insatisfeitos com nós mesmos,
indispostos com nosso próximo,
preguiçosos em nosso relacionamento com Deus.
Com nossa força espiritual enfraquecida,
adoecemos.


Quando permitimos
que nossas lembranças
e nossa imaginação
atravanquem nosso coração,
resta pouco
ou nenhum espaço para Deus.


Jamais desfrutaremos
da suavidade pura da união com Deus
enquanto nos satisfizermos
com as consolações passageiras desta vida.



Precisamos nos mover
do conhecido para o desconhecido,
da luz do dia para a noite escura da fé.


Quando vemos com os olhos da fé,
estamos vendo na escuridão.


Descobrir a luz da fé
é como ter nascido cego
e então começar a ver cores
que jamais se havia visto.


Deixar as portas abertas de nossa alma para permitir a entrada de Deus
[ ] somente assim
ele descerá sobre nossa alma como um rio de paz
para nos libertar de nossas incertezas,
de nossos pequenos aborrecimentos,
de nosso medo da escuridão.


Quanto mais você se acostumar
com essa tranquilidade de espírito mais profunda,
mais crescerão seu conhecimento sobre Deus
e seu amor por ele.


Embora eu sofra a escuridão
nesta vida mortal,
isso não é algo tão difícil;
porque, se me falta a luz,
tenho a vida celestial.
Pois, quanto mais cego é o amor,
mais dessa vida ele proporciona
conservando a alma em total abandono,
vivendo sem luz na escuridão.


Espero sinceramente que, como eu, você também se sinta impelido a continuar nessa aventura espiritual,
procurando fazer as experiências necessárias, para descobrir a presença do divino em nós e em todos os
seres humanos, todos, absolutamente todos.
Realmente, esse é um desafio digno de nós, sim, de todos nós.


Deus o restaura com um silêncio mais profundo,
com uma calma mais impertubável,
com uma paz mais intensa.