terça-feira, 1 de outubro de 2013

DESEJO - ATO CONTRÁRIO - RESERVA DE ENERGIAS.


O desejo não é bom nem mau: é uma força. Mas alguns desejos são melhores do que outros.

Para alcançar a realização Divina o Ser necessita ter toda a sua força em seu poder e ter discernimento para aplicá-la sobre um ponto único e simples.

Impulsos inconscientes se expressam através de uma gama interminável de desejos.

O Ser está submetido a duas forças que o impulsionam em duas direções opostas: para o desenvolvimento e para a regressão.

O ato certo é muito simples de entender e exercitar. Consiste em não satisfazer os impulsos.

Um Mestre espiritual dava este conselho: "Antes de fazer algo, pense como vai sentir-se depois de havê-lo feito; isso lhe ensinará o que deve ser feito.

Alguns fazem obras de arte com resíduos; outros transformam em lixo materiais preciosos. Não tem sentido reagir contra o que se recebeu; deve-se aprender a transformá-lo em uma obra perfeita.

O exercício do ato contrário se começa a praticar como uma simples reserva de energias. Uma forma elementar de começar é controlar a curiosidade. Um Mestre espiritual sempre desviava o tema de conversação quando lhe interessava muito; não praticava ascéticas aparatosas, mas nunca fazia nada para evitar as pequenas mortificações da vida cotidiana. Comia a comida tal como lhe era servida, sem condimentá-la a seu gosto; não bebia se não lhe ofereciam; suportava o frio e o calor, acomodando-se às preferências dos que o rodeavam. Nunca se queixava de nada nem de ninguém, de maneira que todos pensavam que não necessitava nada e que sempre se sentia bem.

Uma das formas comuns de praticar o ato contrário consiste em não discutir nunca nem defender as próprias opiniões.

A prática do ato contrário permite ser útil à Grande Obra. Enquanto se obedece aos desejos se faz o que se gosta. Quando se aprende a controlá-los se faz o que é necessário fazer.

Os Mestres espirituais preferem os áridos exercícios de meditação aos estados profundos de oração que facilmente podem alcançar. Eles são conscientes de que a realização espiritual não se alcança através das sensações. Vivem entre os homens por um ato de amor. Mas as pessoas que somente buscam satisfazer seus desejos, dividem a vida entre o que lhes agrada e o que lhes desgosta. Para eles o ato contrário é absurdo. Para aqueles que buscam seu desenvolvimento é uma expressão de liberdade.

Certa vez, em um maravilhoso entardecer na alta montanha, o discípulo disse ao seu Mestre:
"Há tanta paz em mim que posso dizer-lhe que não desejo a liberação". 
"Essa é a liberação", respondeu o Mestre.


Considerações sobre um ensinamento de Cafh.
Cafh - Um Caminho de Desenvolvimento Espiritual.


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