terça-feira, 2 de abril de 2013

PEREGRINA DE PAZ - POST VII

POST VII



A terceira purificação é a purificação do desejo. Que coisas você deseja? Você deseja roupas novas ou prazeres, artigos, domésticos ou um carro novo? Você pode chegar ao ponto de ter um único desejo: conhecer e fazer sua parte no Plano da Vida.


Pensando bem, há alguma outra coisa verdadeiramente importante a desejar-se?

Há mais uma purificação, que é a purificação das motivações. Quais são os seus motivos para o que quer que você esteja fazendo? Se se trata de pura ambição, egoísmo ou auto-glorificação, eu lhe diria: “Não faça isso”. “Não faça qualquer coisa a partir de um tal motivo”. Mas, isto não é tão fácil porque tendemos a agir com motivos mistos, boas e más motivações estão misturadas. Tomemos um homem de negócios: suas motivações podem não ser as mais elevadas,mas, somadas a estas, estão motivações relacionadas aos cuidados com sua família, e, talvez, traga algum bem à sua comunidade. MOTIVAÇÕES MISTAS!
Sua motivação, para você encontrar a paz interior deve voltar-se para fora de você mesmo - deve ser motivação para o serviço. Deve se dar, não receber. Conheci um homem que era um bom arquiteto. Este era, obviamente, o trabalho certo para ele, mas ele o fazia por motivos errôneos. Sua motivação era ganhar muito dinheiro e passar à frente dos “Silva”. Ele trabalhou até contrair uma doença e foi logo depois disso que o conheci. Consegui que ele fizesse pequenas coisas para servir. Conversei com ele sobre a alegria de servir e sabia que depois desta experiência, ele jamais poderia viver egoisticamente. Correspondemo-nos um pouco depois disto. Em meu terceiro ano de peregrinação,passei por sua cidade e quase não o reconheci quando parei para visitá-lo. Ele era um outro homem! Mas, ainda era um arquiteto. Ele trabalhava em um projeto e me explicou: “Veja, estou fazendo uma planta que se adapte ao orçamento deles e também para que fique bem no terreno onde será construído”. Seu motivo era servir às pessoas para que faria os projetos. Ele estava radiante e completamente transformado! Sua esposa contou-me que seus negócios melhoravam porque agora pessoas vinham de bem longe para encomendar-lhe projetos para suas casas.
Conheci algumas pessoas que tiveram que mudar de empregos a fim de mudar suas vidas, mas conheci muitas outras que simplesmente tiveram que mudar suas motivações, direcionando-as para o serviço, a fim de mudar suas vidas.
Agora a última parte: Estas são as renúncias. Uma vez feita a primeira renúncia, você terá encontrado a paz interior, porque é a renúncia à sua vontade. Você pode praticar isto, abstendo-se de fazer algo que não seja bom, para que você se sinta motivado, mas nunca reprima! Se você sentir-se motivado para dizer ou fazer algo mau, pense em algo bom e, deliberadamente, use a mesma energia para fazer ou dizer algo bom. Isto funciona!
A segunda renúncia é a renúncia a sensação de isolamento. Começamos a sentir-nos à parte e julgar tudo à nossa volta como se fôssemos o centro do universo. Mesmo após adquirirmos um melhor conhecimento intelectual, continuamos, ainda assim, a julgar as coisas dessa maneira. De fato, somos todos células no corpo da humanidade.
Não somos separados dos outros seres humanos. Trata-se de uma totalidade. É somente desta perspectiva mais elevada que você poderá saber o que significa amar seu próximo como a si mesmo. Desse ponto de vista mais elevado emerge uma só maneira realística de se trabalhar e esta será para o bem, você será uma célula contra todas as outras e estará, assim em desarmonia. Mas, tão logo você comece a trabalhar para o bem do todo, você se encontrará em harmonia com todos os outros seres humanos. Esta é a maneira fácil e harmoniosa de viver.
Há, ainda, uma terceira renúncia: a renúncia a todos os apegos. As coisas materiais devem ser postas em seus devidos lugares. Estão ali para serem usadas e está correto usá-las, para isso foram feitas. Mas, quando perderem sua utilidade você deve estar pronto a renunciar a elas e talvez, passá-las para alguém que necessite. Qualquer coisa à qual você não consegue renunciar após perder sua utilidade, passa a lhe possuir, e nestes tempos materialistas, muitos de nós somos possuídos por nossas posses materiais. Não somos livres. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário